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domingo, 31 de maio de 2009

obstáculos.


O homem descobre-se quando se mede com um obstáculo .

Ansiedade




Quero compor um poema
onde fremente
cante a vida
das florestas das águas e dos ventos.

Que o meu canto seja
no meio do temporal
uma chicotada de vento
que estremeça as estrelas
desfaça mitos
e rasgue nevoeiros — escancarando sóis!

Manuel da Fonseca, in "Poemas Dispersos"

Vence a Tua Inércia!



O destino que nos oprime é a inércia do nosso espírito. Através do alargamento e formação da nossa actividade transmutamo-nos, nós próprios, em Destino.
Tudo parece fluir para nós vindo do exterior, porque nós não fluímos para o exterior. Somos negativos, apenas, porque o queremos - quanto mais positivos nos tornarmos, mais negativo será o mundo à nossa volta - até que, por fim, já não haverá negação e nós seremos tudo em tudo.
Deus quer deuses.
Se o nosso corpo, em si mesmo, não é senão um centro de acção comum dos nossos sentidos - se nós possuímos o domínio dos nossos sentidos - se os podemos fazer agir à vontade - se os podemos centrar em comunidade, então não depende senão de nós o darmos a nós próprios o corpo que queremos.
Sim, se os nossos sentidos não são senão modificações do órgão pensante - do elemento absoluto - então poderemos, também, pela dominação deste elemento, modificar e dirigir, como nos agradar, os nossos sentidos.

Friedrich von Novalis, in "Fragmentos"

sábado, 30 de maio de 2009

Fascinacion.



Bom fim de semana e façam o favor de serem felizes.

Infância .




Sonhos
enormes como cedros
que é preciso
trazer de longe
aos ombros
para achar
no inverno da memória
este rumor
de lume:
o teu perfume,
lenha
da melancolia.

Carlos de Oliveira, in 'Cantata'

Vida...


Como é a história da sua vida? Vire a página do ontem e reescreva-a, hoje, com a tinta da esperança no amanhã. Como não dá para mudar o passado, tente escrever um novo futuro

sexta-feira, 29 de maio de 2009

És um homem, se...


És Um HOMEM, Se...

Se és capaz de conservar o teu bom senso e a calma,
Quando os outros os perdem, e te acusam disso,

Se és capaz de confiar em ti, quando te ti duvidam
E, no entanto, perdoares que duvidem,

Se és capaz de esperar, sem perderes a esperança
E não caluniares os que te caluniam,

Se és capaz de sonhar, sem que o sonho te domine,
E pensar, sem reduzir o pensamento a vício,

Se és capaz de enfrentar o Triunfo e o Desastre,
Sem fazer distinção entre estes dois impostores,

Se és capaz de ouvir a verdade que disseste,
Transformada por canalhas em armadilhas aos tolos,

Se és capaz de ver destruído o ideal da vida inteira
E construí-lo outra vez com ferramentas gastas,

Se és capaz de arriscar todos os teus haveres
Num lance corajoso, alheio ao resultado,
E perder e começar de novo o teu caminho,
Sem que ouça um suspiro quem seguir ao teu lado,

Se és capaz de forçar os teus músculos e nervos
E fazê-los servir se já quase não servem,
Sustentando-te a ti, quando nada em ti resta,
A não ser a vontade que diz: Enfrenta!

Se és capaz de falar ao povo e ficar digno
Ou de passear com reis conservando-te o mesmo,

Se não pode abalar-te amigo ou inimigo
E não sofrem decepção os que contam contigo,

Se podes preencher todo minuto que passa
Com sessenta segundos de tarefa acertada,

Se assim fores, meu filho, a Terra será tua,
Será teu tudo que nela existe

E não receies que te o tomem,

Mas (ainda melhor que tudo isto)
Se assim fores, serás um HOMEM.

Rudyard Kipling

Quem não Ama, Desmente a Natureza




Se a flor namora a flor que lhe é vizinha,
Se uma palma com outra enlaça os ramos,
Se nos prados, com cândidos reclamos,
Namora uma avezinha outra avezinha.

Se o mundo o seu Autor quando o sustinha,
Nos eixos do poder, que acreditamos,
Na longa rotação que divisamos,
Viu que, para o suster, Amor convinha:

Se Amor é um dever que impresso existe
Em tudo que vegeta a redondeza,
Em que o governo universal consiste:

Quem se exime de amor e a Amor despreza?
Quem ataca esta Lei? Quem lhe resiste?
Quem não ama, desmente a Natureza.

Francisco Joaquim Bingre, in 'Sonetos'

Cultura e lazer.


O Mirante - diário online - Cultura & Lazer - Duzentos e cinquenta figurantes no cortejo das Pomonas Camonianas de Constância

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Amanhecer.


Se os sonhos não pudessem criar novos tempos, se a esperança não iluminasse cada amanhecer, se a cada novo dia não pudessemos escrever uma nova história, a vida seria repleta de certezas. Mas, a vida é cheia de incertezas, e é isso que nos estimula a sonhar e a depositar nossas esperanças no amanhã, sabendo que, o hoje é uma fonte inesgotável de possibilidades de ser feliz.

Paixão Secreta.




Acordei com os primeiros pássaros,
já minha lâmpada morria.
Fui até à janela aberta e sentei-me,
com uma grinalda fresca
nos cabelos desatados...
Ele vinha pelo caminho
na névoa cor de rosa da manhã.
Trazia ao pescoço
uma cadeia de pérolas
e o sol batia-lhe na fronte.
Parou à minha porta
e disse-me ansioso:
— Onde está ela?
Tive vergonha de lhe dizer:
— Sou eu, belo caminhante,
sou eu.

Anoitecia
e ainda não tinham acendido as luzes.
Eu atava o cabelo, desconsolada.
Ele chegava no seu carro
todo vermelho, aceso pelo sol poente.
Trazia o fato cheio de poeira.
Fervia a espuma
na boca anelante dos seus cavalos...
Desceu à minha porta
e disse-me com voz cansada:
— Onde está ela?
Tive vergonha de lhe dizer:
— Sou eu, fatigado caminhante,
sou eu.

Noite de Abril.
A lâmpada arde neste meu quarto
que a brisa do Sul
enche suavemente.
O papagaio palrador
dorme na sua gaiola.
O meu vestido é azul
como o pescoço dum pavão,
e o manto verde como a erva nova.
Sentada no chão, perto da janela,
olho a rua deserta ...
Passa a noite escura
e não me canso de cantar:
— Sou eu, caminhante sem esperança,
sou eu.

Rabindranath Tagore, in "O Coração da Primavera"

“Marley & Eu”.


Sessão de Cinema “Marley & Eu” - Entrada Grátis para crianças até aos 12 anos

30 de Maio - 21h30
O Cine-Teatro Municipal de Constância associa-se às comemorações do Dia Mundial da Criança.

Assim, na sessão semanal de cinema do próximo sábado, dia 30, pelas 21h30, todas as crianças até aos 12 anos têm entrada grátis.

O filme em exibição será “Marley & Eu”, uma divertida comédia para maiores de 6 anos (com legendas).

Para os restantes espectadores aplicar-se-á o preçário normal.

Veja toda a informação sobre Cinema neste site em “Acção Municipal/Cultura”.
Por CMC

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Moonlight sonata.

O Amor .


O Amor

Estou a amar-te como o frio
corta os lábios.

A arrancar a raiz
ao mais diminuto dos rios.

A inundar-te de facas,
de saliva esperma lume.

Estou a rodear de agulhas
a boca mais vulnerável

A marcar sobre os teus flancos
o itinerário da espuma

Assim é o amor: mortal e navegável.


Eugénio de Andrade, in "Obscuro Domínio"

Viagens.


Costumo responder, normalmente, a quem me pergunta a razão das minhas viagens: que sei muito bem daquilo que fujo, e não aquilo que procuro!

terça-feira, 26 de maio de 2009

Corpo .




corpo
que te seja leve o peso das estrelas
e de tua boca irrompa a inocência nua
dum lírio cujo caule se estende e
ramifica para lá dos alicerces da casa

abre a janela debruça-te
deixa que o mar inunde os órgãos do corpo
espalha lume na ponta dos dedos e toca
ao de leve aquilo que deve ser preservado

mas olho para as mãos e leio
o que o vento norte escreveu sobre as dunas

levanto-me do fundo de ti humilde lama
e num soluço da respiração sei que estou vivo
sou o centro sísmico do mundo

Al Berto, in 'A Noite Progride Puxada à Sirga'

Dia europeu do vizinho.


Antes do matrimónio ele fala e ela escuta; durante a lua-de-mel ambos falam e escutam; mais tarde ela fala e ele não escuta; finalmente gritam os dois e escutam os vizinhos .

O Presente não Existe!



Não é extraordinário pensar que dos três tempos em que dividimos o tempo - o passado, o presente e o futuro -, o mais difícil, o mais inapreensível, seja o presente? O presente é tão incompreensível como o ponto, pois, se o imaginarmos em extensão, não existe; temos que imaginar que o presente aparente viria a ser um pouco o passado e um pouco o futuro. Ou seja, sentimos a passagem do tempo. Quando me refiro à passagem do tempo, falo de uma coisa que todos nós sentimos. Se falo do presente, pelo contrário, estarei falando de uma entidade abstracta. O presente não é um dado imediato da consciência.

Jorge Luis Borges.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Solidão.


Nunca chegamos ao fundo da nossa solidão ...

Para Ti




Foi para ti
que desfolhei a chuva
para ti soltei o perfume da terra
toquei no nada
e para ti foi tudo

Para ti criei todas as palavras
e todas me faltaram
no minuto em que talhei
o sabor do sempre

Para ti dei voz
às minhas mãos
abri os gomos do tempo
assaltei o mundo
e pensei que tudo estava em nós
nesse doce engano
de tudo sermos donos
sem nada termos
simplesmente porque era de noite
e não dormíamos
eu descia em teu peito
para me procurar
e antes que a escuridão
nos cingisse a cintura
ficávamos nos olhos
vivendo de um só
amando de uma só vida

Mia Couto, in "Raiz de Orvalho e Outros Poemas"

Literatura


SINOPSE

O Coração do Rei é a história de D. Pedro I relatada pelo Frei Arrabida, desde a chegada dos portugueses ao Rio, em 1808, até a morte dele em Portugal. O Frei Arrabida realmente existiu e relata os bastidores do Império e a personalidade do Imperador. Há um destaque para os casos extraconjugais do Imperador. Encadeando tudo, a formação do Brasil e a história política de nossa terra. As passagens da história e os respectivos personagens são mostrados como em um romance. E há capítulos que mergulham nas conspirações políticas, levando ao leitor uma visão da completa da história

domingo, 24 de maio de 2009

Quieres ser mi amante.



Tinha 19 anitos e sonhava,sonhava,sonhava...

Lágrimas .




Ela chorava muito e muito, aos cantos,
Frenética, com gestos desabridos;
Nos cabelos, em ânsias desprendidos
Brilhavam como pérolas os prantos.

Ele, o amante, sereno como os santos,
Deitado no sofá, pés aquecidos,
Ao sentir-lhe os soluços consumidos,
Sorria-se cantando alegres cantos.

E dizia-lhe então, de olhos enxutos:
- "Tu pareces nascida da rajada,
"Tens despeitos raivosos, resolutos:

"Chora, chora, mulher arrenegada;
"Lagrimeja por esses aquedutos...
-"Quero um banho tomar de água salgada."

Cesário Verde, in 'O Livro de Cesário Verde'

Gozo.


No que concerne a gozos, a amizade vive dos rendimentos, o amor come o capital .

sábado, 23 de maio de 2009

O Amor Como Graduação da Nossa Consciência.



Ninguém sente em si o peso do amor que se inspira e não comparte. Nas máximas aflições, nas derradeiras do coração e da vida, é grato sentir-se amado quem já não pode achar no amor diversão das penas, nem soldar o último fio que se está partindo. Orgulho ou insaciabilidade do coração humano, seja o que for, no amor que nos dão é que nós graduamos o que valemos em nossa consciência.

Camilo Castelo Branco

Amor.


No amor não há desastre maior do que a morte da imaginação

Eu e Tu .




Dois! Eu e Tu, num ser indispensável! Como
Brasa e carvão, centelha e lume, oceano e areia,
Aspiram a formar um todo, — em cada assomo
A nossa aspiração mais violenta se ateia...

Como a onda e o vento, a Lua e a noite, o orvalho
[e a selva
— O vento erguendo a vaga, o luar doirando a
[noite,
Ou o orvalho inundando as verduras da relva —
Cheio de ti, meu ser de eflúvios impregnou-te!

Como o lilás e a terra onde nasce e floresce,
O bosque e o vendaval desgrenhando o arvoredo,
O vinho e a sede, o vinho onde tudo se esquece,
— Nós dois, de amor enchendo a noite do degredo,

Como partes dum todo, em amplexos supremos
Fundindo os corações no ardor que nos inflama,
Para sempre um ao outro, Eu e Tu, pertencemos,
Como se eu fosse o lume e tu fosses a chama...

António Feijó, in 'Sol de Inverno'

As bicicletas de Belleville.



Divirtam-se.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Poesia




é a visita do tempo nos teus olhos,
é o beijo do mundo nas palavras
por onde passa o rio do teu nome;
é a secreta distância em que tocas
o princípio leve dos meus versos;
é o amor debruçado no silêncio
que te cerca e que te esconde:
como num bosque, lento, ouvimos
o coração de uma fonte não sei onde...

Vítor Matos e Sá, in 'Esparsos'

Silêncio.


Há quem se cale por não ter resposta e há quem se cale por conhecer o momento ...

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Gargalhada .




Homem vulgar! Homem de coração mesquinho!
Eu te quero ensinar a arte sublime de rir.
Dobra essa orelha grosseira, e escuta
o ritmo e o som da minha gargalhada:

Ah! Ah! Ah! Ah!
Ah! Ah! Ah! Ah!

Não vês?
É preciso jogar por escadas de mármore baixelas de ouro.
Rebentar colares, partir espelhos, quebrar cristais,
vergar a lâmina das espadas e despedaçar estátuas,
destruir as lâmpadas, abater cúpulas,
e atirar para longe os pandeiros e as liras...

O riso magnífico é um trecho dessa música desvairada.

Mas é preciso ter baixelas de ouro,
compreendes?
— e colares, e espelhos, e espadas e estátuas.
E as lâmpadas, Deus do céu!
E os pandeiros ágeis e as liras sonoras e trémulas...

Escuta bem:

Ah! Ah! Ah! Ah!
Ah! Ah! Ah! Ah!

Só de três lugares nasceu até hoje esta música heróica:
do céu que venta,
do mar que dança,
e de mim.

Cecília Meireles, in 'Viagem'

O Dia da espiga.


O Dia da espiga é celebrado no dia da Quinta-feira da Ascensão com um passeio matinal, em que se colhe espigas de vários cereais, flores campestres e raminhos de oliveira para formar um ramo, a que se chama de espiga. Segundo a tradição o ramo deve ser colocado por detrás da porta de entrada de casa, e só deve ser substituído por um novo no dia da espiga do ano seguinte. As várias plantas que compõem a espiga têm um valor simbólico profano e um valor religioso. Crê-se que esta celebração tenha origem nas antigas tradições pagãs

Vontade.


É vulgar confundir-mos o desejar com o querer. O desejo mede os obstáculos; a vontade vence-os .

quarta-feira, 20 de maio de 2009

A Cidade do Sonho




Sofres e choras? Vem comigo! Vou mostrar-te
O caminho que leva à Cidade do Sonho...
De tão alta que está, vê-se de toda a parte,
Mas o íngreme trajecto é florido e risonho.

Vai por entre rosais, sinuoso e macio,
Como o caminho chão duma aldeia ao luar,
Todo branco a luzir numa noite de Estio,
Sob o intenso clamor dos ralos a cantar.

Se o teu ânimo sofre amarguras na vida,
Deves empreender essa jornada louca;
O Sonho é para nós a Terra Prometida:
Em beijos o maná chove na nossa boca...

Vistos dessa eminência, o mundo e as suas
[sombras,
Tingem-se no esplendor dum perpétuo arrebol;
O mais estéril chão tapeta-se de alfombras,
Não há nuvens no céu, nunca se põe o Sol.

Nela mora encantada a Ventura perfeita
Que no mundo jamais nos é dado sentir...
E a um beijo só colhido em seus lábios de Eleita,
A própria Dor começa a cantar e a sorrir!

Que importa o despertar? Esse instante divino
Como recordação indelével persiste;
E neste amargo exílio, através do destino,
Ventura sem pesar só na memória existe...

António Feijó, in 'Sol de Inverno'

Engano da Bondade.



Endureçamos a bondade, amigos. Ela também é bondosa, a cutilada que faz saltar a roedura e os bichos: também é bondosa a chama nas selvas incendiadas para que os arados bondosos fendam a terra.
Endureçamos a nossa bondade, amigos. Já não há pusilânime de olhos aguados e palavras brandas, já não há cretino de intenção subterrânea e gesto condescendente que não leve a bondade, por vós outorgada, como uma porta fechada a toda a penetração do nosso exame. Reparai que necessitamos que se chamem bons aos de coração recto, e aos não flexíveis e submissos.
Reparai que a palavra se vai tornando acolhedora das mais vis cumplicidades, e confessai que a bondade das vossas palavras foi sempre - ou quase sempre - mentirosa. Alguma vez temos de deixar de mentir, porque, no fim de contas, só de nós dependemos, e mortificamo-nos constantemente a sós com a nossa falsidade, vivendo assim encerrados em nós próprios entre as paredes da nossa estuta estupidez.
Os bons serão os que mais depressa se libertarem desta mentira pavorosa e souberem dizer a sua bondade endurecida contra todo aquele que a merecer. Bondade que se move, não com alguém, mas contra alguém. Bondade que não agride nem lambe, mas que desentranha e luta porque é a própria arma da vida.
E, assim, só se chamarão bons os de coração recto, os não flexíveis, os insubmissos, os melhores. Reinvindicarão a bondade apodrecida por tanta baixeza, serão o braço da vida e os ricos de espírito. E deles, só deles, será o reino da terra.

Pablo Neruda, in "Nasci para Nascer"

LIXOTECA® Itinerante .







Crianças de Constância participam nas viagens futuristas à Lixoteca
• 28 e 29 de Maio A LIXOTECA® Itinerante está de regresso ao concelho de Constância, numa acção promovida pelo Município e pelo Grupo SUMA.



Nos próximos dias 28 e 29 de Maio os alunos dos Estabelecimentos de Ensino do 1.º CEB, bem como a população em geral, poderão participar na 5.ª fase deste projecto de Educação Ambiental - “VIAGENS FUTURISTAS À LIXOTECA®” - desenvolvido pelo Grupo SUMA.



Nesta fase do projecto encontramos novamente uma viatura de grandes dimensões decorada e transformada num veículo futurista, com o interior repleto de suportes multimédia e actividades de exploração sensorial, onde a fantasia e as práticas ambientais dão as mãos para sensibilizar e educar miúdos e graúdos para a preservação do Meio Ambiente.



A ligação entre as temáticas dos resíduos sólidos urbanos e da limpeza urbana com os conteúdos curriculares e os saberes cívicos proporciona momentos de verdadeira “realidade virtual”. Transmitindo a ideia base do projecto: ser um “bom produtor” de lixo é apenas uma das vertentes de praticar a cidadania activa.



O projecto LIXOTECA®, conta já com cinco anos de actividade, visitou mais de 50 Municípios e cativou mais de 200 mil passageiros para as boas práticas ambientais.



Registe-se que o projecto LIXOTECA,® é desenvolvido pelo Grupo SUMA, o qual integra a empresa responsável pela recolha de resíduos sólidos urbanos no concelho de Constância.
Por CMC

terça-feira, 19 de maio de 2009

Dança ma mi criola.

Quem Sonha Mais?




Quem sonha mais, vais-me dizer —
Aquele que vê o mundo acertado
Ou o que em sonhos se foi perder?

O que é verdadeiro? O que mais será —
A mentira que há na realidade
Ou a mentira que em sonhos está?

Quem está da verdade mais distanciado —
Aquele que em sombra vê a verdade
Ou o que vê o sonho iluminado?

A pessoa que é um bom conviva, ou esta?
A que se sente um estranho na festa?

Alexander Search, in "Poesia"

Grito.


Defronte dos muros da cidade, uma noite de inverno , um homem que tinha sofrido muito, gritou desesperado: Qual é o sentido da vida? E o eco respondeu-lhe :
- A vida!

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Confusões!

Tentação




Eu não resistirei à tentação,
não quero que de mim possas perder-te,
que só na fonte fria da razão
renasça a minha sede de beber-te.

Eu não resistirei à tentação
de quanto adivinhei nesta amargura:
um sim que só assalta quem diz não,
um corpo que entrevi na selva escura.

Resistirei a te chamar paixão,
a te perder nos versos, nas palavras:
mas não resistirei à tentação
de te dizer que o céu é o que rasa

a luz que nos teus olhos eu perdi
e que na terra toda não mais vi.

Luis Filipe Castro Mendes

Mundo.


Dizem uns que perderam o mundo, outros que nele se perderam, como se alguém alguma vez tivesse agarrado o fio desta meada .

domingo, 17 de maio de 2009

Sou homem.


Sou homem e, por conseguinte, trago todos os demónios no meu coração .

Um poema para o domingo.




“Não estejas longe de mim um só dia,

Porque, não sei dizê-lo, é comprido o dia,

e te estarei esperando como nas estações

quando em alguma parte dormitaram os trens.

Não te vás por uma hora porque então

nessa hora se juntam as gotas do desvelo

e talvez toda a fumaça que anda buscando a casa

venha matar ainda meu coração perdido.

Ai que não se quebrante tua silhueta na areia

Ai que não voem tuas pálpebras na ausência

Não te vás por um minuto, bem-amada,

Porque nesse momento terás ido tão longe

que eu cruzarei toda a terra perguntando

se voltarás ou se me deixarás morrendo.”

Pablo Neruda

De Antwerpen.


A vida não é feita só de lembranças. Ela continua emocionante nas promessas diárias, nos pequenos gestos que fazem a alegria dos que caminham sempre juntos.

sábado, 16 de maio de 2009

[I' important c'est la rose...]

Imaginação!


Imaginação: um armazém de factos gerido em parceria pelo poeta e pelo mentiroso !

Esta Gente , essa Gente !




O que é preciso é gente
gente com dente
gente que tenha dente
que mostre o dente

Gente que não seja decente
nem docente
nem docemente
nem delicodocemente

Gente com mente
com sã mente
que sinta que não mente
que sinta o dente são e a mente

Gente que enterre o dente
que fira de unha e dente
e mostre o dente potente
ao prepotente

O que é preciso é gente
que atire fora com essa gente

Essa gente dominada por essa gente
não sente como a gente
não quer
ser dominada por gente

NENHUMA!

A gente
só é dominada por essa gente
quando não sabe que é gente

Ana Hatherly

sexta-feira, 15 de maio de 2009

On my own.

(Les miserables.)

Tempo!


O Homem não tem porto, o tempo não tem margem; ele corre e nós passamos!

Conserto a Palavra .




Conserto a palavra com todos os sentidos em silêncio
Restauro-a
Dou-lhe um som para que ela fale por dentro
Ilumino-a

Ela é um candeeiro sobre a minha mesa
Reunida numa forma comparada à lâmpada
A um zumbido calado momentaneamente em exame

Ela não se come como as palavras inteiras
Mas devora-se a si mesma e restauro-a
A partir do vómito
Volto devagar a colocá-la na fome

Perco-a e recupero-a como o tempo da tristeza
Como um homem nadando para trás
E sou uma energia para ela

E ilumino-a

Daniel Faria

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Verdades.


"Existem verdades que nós só as podemos dizer, depois de ter-mos conquistado o direito a dizê-las.

"Gaivota, do álbum Amália Hoje"

Contos pequeníssimos.






esta grandeza de não a ter
é mais pequena que a de não desejar tê-la

e se o preço de participar é grandeza
não contem comigo
não participo
não participo nem contra grandeza

nasci ar
em forma de gente

nasci luz
em forma de gente

não me compreendo
e respiro-me
e vejo-me textual

a forma de gente faz-me agir fora do que nasci ar
fora do que nasci luz

e nasci ar para forma de gente
e nasci luz para forma de gente

nasci antes de mim
antes de forma de gente

era génio antes de nascer
em forma de gente
a forma de gente não me deixa ser o génio que nasci.

José de Almada Negreiros